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O Kakumei é meu porto seguro no meio do mar revolto da internet desde 2006. Como toda navegante, eu sempre volto pro Kakumei e pro mar de nadas da internet. Bem-vinde ♥

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Tenie. CDF e nerd, muito cansada. Gosto de gatos e livros (e HQs), de sorvete e milkshake, coisas fofas e coisas assustadoras, playlists estilo Alpha FM. Sempre amei blogar pelo prazer de fazer um post, escolher os gifs, comentar nos bloguinhos amigos, e ficar de boas nesse semi-anonimato.

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Arte de Solanin (Asano Inio, 2005-06)
Photoshop: Edição
Imgur: Hospedagem
Agradecimentos para: Shana pela amizade e pelo atual bottom do site

[NEW LAY] But I can no longer go back to who I was
written by Tenie at terça-feira, 26 de março de 2024

Soranin - Asian Kung-Fu Generation
If that gentle happiness had continued unhurried
A rotten seed would have surely sprouted
So It’s goodbye now


No último post eu estou estava impregnada de Asano Inio e especialmente de Asian Kung-Fu Generation. E de depressão e de crises pós-burnout/The fuckening.
Eu demorei um tempão pra ter coragem de fazer um layout. Eu demorei algumas horas pra colocar esse layout em pé. Eu não me lembro de quase nada, inclusive que parto pra descer e subir as colunas.... Vou precisar me dedicar.
Eu amo Solanin, o mangá. Não sabia que o Asian Kung-Fu Generation tinha feito a versão música da letra que o Asano fez.
Solanin é... Inescapável.
Todo mundo adora falar que Oyasumi, Pun Pun/Boa noite, Pun Pun é inescapável. Mentira.
Ele tem (eu parei enquanto as coisas estão mal MAS NÃO ABSURDAS DE TÃO MAL) coisas muito contundentes sobre abuso, sobre negligência, sobre abandono (de alguém que deveria cuidar de você, de alguém que você ama, abandono de si próprio em face a um universo frio e sem sentido), mas Solanin tem um jeito de te dizer isso que não dá pra virar a cara e não olhar.
Um mangá de 2005-06 sobre um grupo de recém-formados da faculdade que tenta conciliar o que a vida virou com o que eles queriam da vida. Podia ser, sei lá, F.R.I.E.N.D.S. (não gosto e nunca vi mais que alguns episódios)... Podia. Mas é diferente: ele parece de verdade demais.

Ele é muito verossímil quando mostra a Meiko, a protagonista, indo e vindo de um trabalho que a maltrata, não paga tão bem exatamente, e que é um saco e nem um pouco o que ela sonhou. Ele é verossímil ao mostrar Meiko e Taneda na sua rotina, a insatisfação pessoal colocando um espaço entre eles, a falta de espaço entre eles sendo um problema. E é muito real pra mim quando Meiko decide que é hora de alguém seguir seus sonhos.
Mas a vida não funciona assim. Eles não são especiais, eu não sou. Pra viver o sonho, você tem que desistir do sonho, porque ninguém está realmente vivendo o sonho. Pra ser artista, você abre mão daquilo que você quis fazer, pra ser acadêmica, você passa mais tempo fazendo politicagem do que estudando.
Pra ser escritora, você precisa passar um tempão em redes sociais e não sair dos holofotes ao invés de só escrever e se esconder no meio do mato como a misantropa que você é.
Enfim.
E a música Solanin pode ser uma música de término, mas eu não acho. Eu acho que ela é sobre como a gente realmente vive uma vida de vários fins e várias despedidas, uma vida de adeus. E o volume 2 é completamente sobre como a gente vive depois do adeus, depois que alguém avança o sinal na sua vida que estava se ajeitando.

Depois.

Taí uma coisa que não tinha o direito de ser tão cruel e difícil quanto é o depois.
E eu me vejo na Meiko, tentando achar propósito em algo que talvez não tenha propósito nenhum, mas tentando mesmo assim, e é melhor que não tentar.
E o antes.... O antes não importa, como já comentei quando falei de Aoharaido, o antes já foi.
Mesmo que ele durasse, mesmo que ele persistisse, mesmo que você voltasse... Ainda assim, você chegaria aqui, do outro lado. Depois. Depois do sinal, depois que seus amigos te disseram que seu estado de piora constante não importava, depois que você melhorou só pra piorar, depois que todo sonho virou realidade e tudo na realidade é feio pra porra...
Eu sinto pela Meiko como eu sinto por mim mesma. Acho que eu sinto até mais pelo Taneda do que por ela, eu me conecto ainda mais firmemente com o menino que queria ser músico. E nunca vai ser.
Enfim, Eu vou continuar e eu vou continuar bem, como diria a música. Porque agora está difícil, mas depois não vai estar, até estar de novo.

É brega, mas é como os batimentos do coração ou as ondas de uma música. Né? (Acharam que não ia ter gif?
Jamais!)
Uhum. Vai ficar tudo bem, apesar de tudo. Eu vou dar meu jeito, como antes disso, e como depois - no futuro, de novo.
Se cuidem, ok?

Kisus,
Tenie.


 (Eu volto com coisas melhores em breve
♥)

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Things have changed for me and that's okay
written by Tenie at quarta-feira, 20 de março de 2024

That Green Gentleman - Panic! At the Disco
I feel the same, I'm on my way

 

Então, coisas aconteceram.
A primeira vez que eu escrevi este post, eu fui amarga. Quero corrigir.
Coisas aconteceram e eu estou triste - talvez bem mais do que triste.
Eu recaí, eu cortei todo o meu cabelo, eu pensei em morrer e chorei até que tudo doesse. Eu quis que as pessoas me odiassem tanto quanto eu me odeio. Eu cortei meu cabelo porque eu achei que fosse a única coisa bonita sobre mim, a única que valesse a pena em mim.
As pessoas mudaram durante o tempo em que eu fiquei com depressão profunda e durante o tempo em que eu estive estável; eu mudei. Isso é ótimo e horrível.
Ótimo porque eu não quero ser a pessoa que eu fui, especialmente quando eu estava deprimida demais para me policiar em ser um ser humano decente.
Horrível porque eu nunca mais vou ser as coisas que eu gostava em mim de novo. Eu acho. Não sei se eu já gostei de algo em mim.
Às vezes - muitas vezes - eu ainda não gosto de nada.
Por isso eu cortei o cabelo.
Eu fui a uma festa de aniversário de um dos meus dois melhores amigos da faculdade. Eles continuam tão melhores amigos quanto eles eram.
Foi uma ideia arriscada, tola e imprudente, encarar uma situação social na mesma semana em que minha psiquiatra me disse que o que aconteceu foi um burnout seguido (ou dentro, sei lá) de um episódio depressivo, totalmente alimentado por ansiedade e pânico.
Eu fui - em partes eu me arrependo, em partes eu quis ir, e eu fui e isso importa pra mim.
Ninguém me tratou mal. Meus amigos nunca foram tão populares, mas acho que é porque todo mundo deve ser muito popular entre seus próprios amigos e ninguém dá atenção pra todo mundo num aniversário. O lugar que eu ocupei, física e emocionalmente, sumiu.
Tá, tá, isso chama manha e isso chama mimo (e drama), mas eu consigo ver que o lugar que um dia eu ocupei desbotou e sumiu. Eu não me vejo mais entre meus dois melhores amigos, não me vejo mais no mundo deles.

Talvez seja a minha depressão mentindo pra mim. Talvez seja minha cabeça mentindo pra mim, ela faz isso todo o tempo.
E eu sei, tudo aconteceu em 4 anos: eu fiquei doente, o mundo ficou doente, amores foram e vieram (e até ficaram), um deles casou, eles abriram uma empresa, eu pedi demissão do meu emprego, eu perdi minha avó, eu quase perdi duas outras pessoas, eu arrumei um freela, depois passei no mestrado, peguei bolsa, eu amei o mestrado, eu odeio o mestrado, eu mesma circulei por outros lugares.
E tudo aconteceu tanto todo o tempo, claro que a Tenie que era não cabe mais onde ela coube antes.
Eu tenho medo que meus amigos me odeiem (todos eles), que não queiram mais falar comigo e nunca me digam isso, que só sumam e, por consequência, que eu suma das vidas deles. Sem nem saber o motivo.
Eu tenho um medo quase doente de terminar sozinha, reminiscendo as coisas como foram. Lembrando de amigos e conversas e lugares e coisas que nunca mais vão ser e que nunca mais vou ter.
Não sou muito popular. Nunca fui. Não tenho amigos da escola e eu tinha aqueles dois amigos de faculdade que mal me respondem mais.
Eu também mal respondi por tanto tempo. Não tenho direito a reclamar disso. Eu mesma me encastelei.
Fico em dúvida se respostas são uma questão de prioridade ou só de tempo. Se você ama, você faz tempo pra pessoa? Não concordo totalmente.
Tudo acontece tanto. Todo o tempo. Especialmente dentro da cabeça de cada um.
A ansiedade tem um dom de segurar a mão e os pensamentos, mas talvez se eu amasse mais, de verdade, se eu fizesse x e y, se eu fosse...
Eu não sei. Eu só sei que eu não quero me sentir sozinha e eu não sei se você faz novos amigos depois dos 30. Talvez faça. Sei lá.
Mas sei lá também se será que amigos são o que eu preciso? Do mesmo jeito que um romance não era o que eu precisava pra me curar anos atrás, será que amigos que se afastaram são o que eu preciso? Eu quero. Mas eu preciso?
Digo, minha terapeuta e minha psiquiatra provavelmente diriam que eu PRECISO de amigos e de pessoas e de interação. Mas minha pergunta é: eu preciso do passado que eu lamento tanto? Eu não sei.
Eu queria.... Queria tudo de volta. Mas é isso? Eu não sei
Eu estou capengando por aqui. Mas indo.
Em dúvida se vale a pena ir, mesmo que o final seja solitário. Não o final literal, esse sempre é.

Todo mundo morre sozinho. Acho que isso eu posso aceitar.
Eu quero baixar um p*otos*op*, fazer um lay. Mas ainda não terminei meu último capítulo do mestrado, não acabei meus livros, não achei minha meia da Marceline que faz par com a meia da Jujuba e eu lavei separado pra não manchar....
Tudo parece ruim e uma bagunça.
E não tem nada que eu possa fazer além de um post em um blog velho que também perdeu seu lugar, mas ainda está por aqui, um fantasma dos anos 2000, pairando.

Acho que é isso. Só me resta arrastar umas correntes enquanto sigo.

Kisus,

Tenie.

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Acho que os anos irão se passar
written by Tenie at quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A terceira lâmina (ao vivo) - Fagner e Zé Ramalho
Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a ideia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
A voz de um cantador

 

Eu preciso confessar: eu odeio começo de ano.
Este começo de ano não está tão bosta quanto o começo de 2023, mas tem sido emocionalmente cansativo - e eu nem sei dizer por quais motivos.
Eu consigo pensar em alguns: começo de ano é o final de dezembro, meu mês favorito; é a época que eu fico mais pensativa sobre passado e futuro, ao mesmo tempo em que é o momento que o presente me preocupa sempre mais; minha avó morreu em Janeiro, mês do aniversário dela, então eu tenho duas razões a mais pra pensar nela especialmente (tem também a coisa que Dezembro era o mês favorito dela, então...).
Eu estou nos 45 do segundo tempo com o mestrado GRAZADEUS mas ao mesmo tempo, eu fico pensando como vai ser voltar para o mercado, como vai ser mudar de área, quanto tempo eu vou ter que segurar as pontas sem grana, eu pegando de volta minha coroa de Princesinha do Serasa.... Ai, meu deus.
E aí eu foquei meu stress no meu relógio de pulso, que eu não vejo tem mês e pouco, e ontem lá estava eu tendo crises revirando tudo atrás dele, porque eu poderia ter outro relógio, mas não seria o meu relógio que eu ganhei com 18 anos e usei praticamente direto por todos esses anos. Eu até recusei um smart watch quando minha mãe tava na pira de todo mundo ter um porque eu não ia querer trocar o meu pelo outro. E agora eu tô bem certa que eu perdi ele... É idiota e é ainda mais idiota que eu estou triste por isso.
E se você me perguntar, eu nem sei se eu gostava tanto dele assim até agora. Acho que sim, mas começo a me questionar o quanto eu teria aceitado isso melhor se eu já não estivesse com tanta frustração, stress e vontade de que o mundo acabe como agora.
Sim, estou naquele momento da minha estabilidade em que eu me sinto a ponto de ser pega por uma recaída a qualquer momento. Como eu sei que isso é um dos meus maiores medos, também pode ser paranoia minha. Como eu não confio no que eu sinto e penso, eu não sei bem.
Por uns bons 5 anos ou mais, eu tinha o ritual de mandar uma carta pra mim mesma pelo futureme, até eles começarem com siricutico de ser premium, aí eu parei porque eu não ia pagar pra me lamentar pra mim mesma em 1 ano.
Eis que eu recebi um e-mail e eles não são mais premium, eu posso voltar ao meu ritual. Desde que eu recebi o e-mail, eu ainda não tive coragem de escrever nada. Nadinha. E já tem umas boas 2 semanas aí.
Talvez eu tenha me acostumado a só escrever quando eu estou em crise, quando eu acho que eu não vou estar viva para receber o e-mail. Talvez. Era um padrão no que eu fazia, um padrão que me desperta emoções bem ruins, e isso tem matado a minha vontade de me mandar um e-mail novamente.
Mesmo agora, algumas boas semanas depois de ter começado este post, eu ainda não tive coragem de mandar a bendita carta. É esquisito. Sei lá, eu tenho medo dos sentimentos eu que tenho.
Os últimos tempos têm sido esquisitos e conturbados. Justamente quando eu achei que a estabilidade era uma constante que eu ia experimentar por mais um tempo - mas acho que isso foi contar demais com o ovo no cu da galinha, né.
Nada é tão intenso ou ruim quanto antes, mas é intenso e ruim o suficiente para que eu não queira estar sentindo coisas, apesar de que é inescapável e quanto mais eu evitar sentir, mais vai doer sentir.
Ah, não tem pra onde correr, né?
Então eu fico por aqui mesmo.

P.S.: Eu enviei o e-mail. A surpresa foi: tenho um e-mail esperando por mim desde 2020 e ele deve me encontrar uma semana antes do de hoje.

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